CRIANÇAS DESAPARECIDAS: POR DIA, 172 PESSOAS DESAPARECEM NO BRASIL – A MAIORIA CRIANÇAS

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Segundo a Cruz Vermelha, cerca de 80 mil pessoas desaparecem todo ano no Brasil: estatísticas já chegaram a comprovar que um brasileiro desaparece a cada 3 minutos; dos desaparecidos, 50 mil são jovens

Diariamente, 172 pessoas desaparecem no Brasil. São crianças, em sua maioria. Mesmo durante o período da pandemia, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, o Brasil registrou mais de 63 mil desaparecimentos. A estatística já chegou a um patamar aterrorizante: um brasileiro desaparecido a cada 3 minutos.

A data de hoje, 25 de maio, tem o objetivo de alertar as pessoas sobre todas as questões relacionadas com o desaparecimento de crianças e adolescentes. Afinal, de acordo com o S.O.S Crianças Desaparecidas, estima-se que aproximadamente 50 mil jovens desapareçam por ano no Brasil.

Origem do Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

Esta data é uma homenagem ao caso de Etan Patz, um menino de 6 anos que desapareceu nas ruas de Nova Iorque, enquanto voltava da escola, em 25 de maio de 1979.

A partir de então, anualmente os amigos e familiares de Patz se reuniam na data de seu desaparecimento para conscientizar a população sobre os cuidados que devem ter para evitar o desaparecimento de outras crianças.

Infelizmente, a criança nunca foi encontrada, mesmo com o intenso esforço da polícia e comunidade na época. A partir deste caso, começou a famosa campanha que incluía fotos de crianças desaparecidas nas caixas de leite nos Estados Unidos.

Em 1986, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, oficializou o dia 25 de maio como uma data dedicada a todas as crianças desaparecidas.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, cerca de 80 mil pessoas desaparecem a cada ano no Brasil. A Cruz Vermelha lançou um relatório com recomendações para governos e familiares sobre o assunto.

Segundo Larissa Leite, coordenadora do programa de pessoas desaparecidas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), o objetivo do relatório é conhecer as consequências do desaparecimento para as famílias e dar um espaço para conhecer a realidade

“Nos relatos que ouvimos, desde casos de desaparecimentos de seis meses a 30 anos, a prioridade das famílias de saber o que aconteceu é sempre comum, isso as levam a realizar ações por conta própria, o que é perigoso”, contou Larissa ao Jornal da Tarde.

Entre as consequências para a família do desaparecido, a coordenadora destacou também o impacto na saúde mental e física e o isolamento dessas pessoas.

 “É um problema grave e global que se manifesta de maneiras diferentes em cada local”, disse. Ela ainda reconheceu o desafio de combater essa realidade no Brasil por conta da dimensão do país, mas ressaltou os avanços, como a lei nº 13.812/2019, que trata da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas (PNBPD).

Celebridades se unem à causa da ONG Mães da Sé e publicam imagens de uma criança desaparecida em seus perfis no Instagram.

Para chamar a atenção à realidade das pessoas que desaparecem todos os dias no país, a ONG Mães da Sé lançou no mercado de criptomoedas a imagem de uma criança como a NFT (token criptográfico não fungível) mais cara do mercado. 

A ação lançada oficialmente neste Dia Internacional da Criança Desaparecida teve apoio de diversas celebridades, que estão publicando a fotogafia em seus perfis. Não somos ‘celebridade’, mas apoiamos também e convidamos a todos a compartilhar.

A ação #InfânciaDesaparecida foi criada por um grupo de jornalistas e publicitários voluntários, especialmente para a ONG Mães da Sé. A NFT foi lançada pelo maior valor aceito pela plataforma OpenSea, que comercializa estes tokens. Um valor impossível de se imaginar, mostrando que uma vida não tem preço. São mais de 99 trilhões da criptomoeda Etherium, que equivale a quatrilhões de dólares ou quase um quinquilhão (!!) de reais.

A criança desaparecida na imagem da NFT é Fabiana Esperidião da Silva, desaparecida desde 23/12/1995, em São Paulo. Fabiana é filha da fundadora da ONG, Ivanise Esperidião, que segue à sua procura.

Diariamente, 172 pessoas desaparecem no Brasil. São crianças, em sua maioria. 

A NFT lançada no OpenSea pelo valor máximo permitido pela plataforma tem objetivo de chamar a atenção para a causa. Após este primeiro impacto, vem a possibilidade real de ajudar: na descrição da imagem há um link para efetuar doações e ajudar de outras formas. Com a pandemia, a ONG Mães da Sé teve sua estrutura reduzida e hoje conta apenas com sua fundadora. Até hoje, Ivanise está em busca de sua filha Fabiana e de tantas outras crianças desaparecidas.

A gente nunca acredita que vai ser com alguém que conhecemos, com alguém da nossa família. Precisamos chamar atenção para um problema real, já imaginou a dor da incerteza de uma mãe que não sabe onde está sua filha?

Ivanise Esperidião, fundadora da Mães da Sé.

A campanha #InfânciaDesaparecida foi criada por um coletivo de publicitários e jornalistas voluntários, que se reúnem anualmente para impactar organizações do terceiro setor que precisam de visibilidade, doações ou apenas disseminar suas mensagens.

 

Crédito: maesdase.org.br

Credito: maesdase.org.br